segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Espaço de intervalo.

Coisas boas parecem estar por vir, um pressentimento talvez, mas não me sinto como se o mundo estivesse desabando em frente aos meus olhos e a cada gole de algum vinho barato, um meteoro cai sobre a Terra.

Talvez esteja cedo demais para sentir saudades, ou para jorrar em lagrimas todos meus sentimentos e lembranças. Eu estou bem, me sinto seguro com meus sentimentos, sabendo que por mais que rode esses lugares, ou outros lugares, uma parte dela se segura em mim, e não me importa o que eu sinta por outra pessoa, nunca valerá tanto a pena que voltar nos braços dela mais uma vez.

Caminhando a certa velocidade que me faz olhar continuamente para o asfalto, me flagro pensando em algo tão abstrato que não poderia dizer com palavras o que representava. Algo que eu não consigo me recordar, mas ainda me vejo olhando para o asfalto repetidas vezes.

Passando por todas as ruas tentando me lembrar do que havia pensado em tais épocas, me bate uma saudade de como era os dias de todas as outras épocas. Épocas que vivia nas ruas abandonadas, com pessoas que hoje se mostram indiferentes. Épocas que vivia em eventos de Rock N’Roll esperando o ultimo gole para a embriaguez tomar conta e chegar em casa sem ao menos saber como. Épocas em que dias cheios de tédio eram uma das melhores coisas, pois acima do tédio, conseguia me enriquecer com certos olhares.

Hoje, depois de todo o asfalto visto até aqui. É o dia mais solitário da minha vida.


(Trecho do meu livro: Coração Masoquista.)

A todos os ouvidos: How to Destroy Angels - The Space in Between

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